Entenda a PNEERQ e a relação dela com a educação do seu município
18 de dezembro de 2025
Em poucas palavras: A Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ) coloca a equidade racial no centro do planejamento educacional dos municípios. Desde 2024, a política organiza novas responsabilidades para as redes de ensino, incentiva formações continuadas, orienta protocolos contra o racismo e fortalece a educação escolar quilombola. Neste texto, você entende como essa agenda chega às escolas, o que ela exige das gestões locais e por que sua implementação pode transformar o clima, as práticas e as aprendizagens na Educação Básica.
Por que a PNEERQ importa para o seu município?
Nos últimos anos, felizmente a agenda de equidade étnico-racial deixou de ser tema restrito a projetos pontuais e passou a integrar o planejamento estrutural das redes de ensino. O lançamento da PNEERQ em 2024 marcou uma virada importante: pela primeira vez, municípios, estados e União passaram a atuar de forma coordenada para enfrentar desigualdades históricas, fortalecer a formação docente e consolidar práticas antirracistas no cotidiano escolar.
Em 2025, pouco depois de completar um ano, essa política já não é mais novidade. Ela se tornou parte das rotinas administrativas, dos calendários formativos e das ações estratégicas das secretarias municipais de educação. Para os gestores, isso significa novas responsabilidades e novas possibilidades. Para professores e equipes escolares, significa apoio, materiais, protocolos e orientações que tornam o trabalho mais seguro, coerente e alinhado às legislações vigentes.
O que é a PNEERQ, afinal?
A PNEERQ é uma política nacional que reúne ações, metas e estratégias voltadas para a promoção da equidade racial na educação, o fortalecimento da Educação Escolar Quilombola e a consolidação da Educação para as Relações Étnico-Raciais (Erer) em todas as etapas da Educação Básica.
Ela se articula diretamente às leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que determinam o ensino obrigatório de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena. Porém, a PNEERQ vai além da sala de aula e cria mecanismos de monitoramento, protocolos contra o racismo, incentivos às redes, práticas de formação continuada e instrumentos de gestão que envolvem toda a comunidade escolar.
Como a PNEERQ afeta os municípios?
A partir de 2024 e com ampliação ao longo de 2025, os municípios passaram a ter responsabilidades claras:
1. Realizar o Diagnóstico de Equidade Étnico-Racial
Mapeando:
- perfil da rede;
- práticas existentes;
- lacunas na formação;
- desafios da escola quilombola ou de territórios com populações tradicionais;
- casos reportados de racismo;
- estrutura e condições das unidades.
Esse diagnóstico subsidia todas as demais ações.
2. Implementar formações continuadas
Os municípios devem garantir formação em Erer e EEQ para gestores, coordenadores, professores e equipes pedagógicas. Parte dessa formação pode ocorrer pela Plataforma PNEERQ, que reúne cursos, materiais e orientações do MEC.
3. Criar ou atualizar protocolos de prevenção e resposta ao racismo
A política exige que toda rede tenha procedimentos claros para acolhimento, registro, encaminhamento e atuação diante de casos de racismo, incluindo orientações pedagógicas e institucionais.
4. Adequar práticas curriculares às diretrizes nacionais
A PNEERQ reforça a necessidade de que a história e cultura afro-brasileira, indígena e quilombola estejam presentes ao longo do ano, atravessando projetos, materiais, avaliações e formações internas.
5. Fortalecer a Educação Escolar Quilombola
Municípios com territórios quilombolas devem:
- garantir infraestrutura adequada;
- respeitar calendários e práticas culturais;
- oferecer formação específica;
- assegurar transporte, alimentação e conectividade;
- apoiar a construção ou expansão das escolas quilombolas.
6. Monitorar ações e alimentar os sistemas nacionais
A política exige atualização contínua dos dados e acompanhamento dos indicadores de equidade racial.
Quais são os sete eixos da PNEERQ?
Para facilitar o planejamento municipal, aqui estão os sete eixos estruturantes da política organizados em linguagem clara:
1. Fortalecimento das redes educacionais
Instrumentos, bolsas, incentivos e governança para que estados e municípios tenham condições de implementar a política.
2. Diagnóstico e monitoramento da equidade racial
Coleta de dados, indicadores e acompanhamento das leis 10.639/03 e 11.645/08.
3. Formação dos profissionais da educação
Oferta de cursos, trilhas formativas e programas como Parfor e Pibid Equidade.
4. Material didático, paradidático e literário
Avaliação, produção e orientação sobre acervos, incluindo apoio para PNLD com recorte racial.
5. Protocolos de prevenção e resposta ao racismo
Ferramentas, cadernos orientadores e diretrizes obrigatórias para todas as etapas de ensino.
6. Afirmação das trajetórias negras e quilombolas
Infraestrutura, conectividade, bolsas, ações emergenciais e valorização das comunidades tradicionais.
7. Difusão de saberes
Envio de kits culturais, mapas, materiais informativos e iniciativas para ampliar repertórios.
O que a PNEERQ muda na prática da escola?
Para o professor, a política passa longe de um documento distante e se reflete nos encontros pedagógicos, no planejamento semanal, nas escolhas de livros e nas conversas com as crianças e jovens.
A PNEERQ apoia:
- práticas antirracistas consistentes;
- inclusão de personagens e autores negros e indígenas nos materiais;
- projetos que valorizam cultura, território e ancestralidade;
- revisão de materiais para evitar vieses;
- abordagens mais seguras diante de situações de racismo;
- fortalecimento da autoestima e do pertencimento dos estudantes.
Para gestores, garante instrumentos que organizam o trabalho: formações unificadas, protocolos claros, indicadores e apoio técnico.
Benefícios da PNEERQ para os municípios
A política não representa apenas novas responsabilidades, ela também traz ganhos estruturais:
- Mais segurança jurídica e pedagógica.
- Fortalecimento curricular.
- Maior qualidade no atendimento às comunidades quilombolas.
- Alinhamento às legislações nacionais.
- Redução da desigualdade racial no fluxo escolar.
- Instrumentos de gestão mais claros.
- Apoio financeiro e técnico federal.
- Melhoria nos ambientes escolares e nas relações entre estudantes.
- Qualificação da formação docente.
- Prevenção de situações de racismo e acolhimento adequado das famílias.
Municípios que adotam a PNEERQ de forma plena ampliam o bem-estar dos estudantes e fortalecem vínculos, aprendizagem e permanência escolar.
Perguntas frequentes (FAQ)
O que é a PNEERQ?
É a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola, em implementação no Brasil desde 2024.
O que significa PNEERQ?
Significa Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola.
O que a PNEERQ exige dos municípios?
Diagnóstico de equidade, formação continuada, protocolos contra o racismo, monitoramento, apoio à educação quilombola e adequação curricular às legislações vigentes.
Quais são os eixos da PNEERQ?
São sete: fortalecimento das redes; diagnóstico e monitoramento; formação; materiais; protocolos; afirmação quilombola; e difusão de saberes.
O que é a Plataforma PNEERQ?
É o ambiente digital do MEC que reúne cursos, diagnósticos, indicadores, materiais de apoio e orientações para implementação da política.
Como a PNEERQ impacta as escolas?
Fortalece práticas antirracistas, amplia repertórios culturais, orienta o currículo e melhora o clima escolar, tornando os ambientes mais seguros e inclusivos.

